quinta-feira, 5 de julho de 2018

Poema - A Seca do Meu Lugar

Passeando em Santa Cruz
Lugar onde nasci
Fiquei muito emocionada
Contudo que vi ali
Daquela se terrivel
Que não pensei de existir

Oh meu Deus, oh meu Jesus
Que tristeza e solidão
Foi ver os acçudes seco
Em toda aquela região
Meus olhos correram lágrima
Da triste situação

Passando no Sitio Leberal
Senti  no peito uma dor
Foi ver de perto o açude
O porão que ja rachou
Meu coração bateu forte
De saudade ele chorou

Senti saudade bastante
Quando por ali passava
Das sangrias dos açudes
Do tempo  das enxurradas
Das enchetes dos riachos
Das noites das trovoadas

Dali eu sai chocada
Não olhei nem para traz
Ali, vivi minha infância
Com sonho e liberdade
Puxuando alfinim e brincando
Nas diversões das moagens
Tomando caudo de cana
Comendo rapadura quente
E o cuscusz com melaço

Senti grande dor no peito
Bastante recordação
Do nosso antigo Arlindo Alves
Com sua dedicação
Alem de ser popular
Ele era um bom patrão

Na epoca das moagens
Ele sempre estava ali,
Todo lhe adimiravão
Com respeito e atenção
Sempre foi bom amigo
Amigo de coração

Passando na Várzea Alegre
Vi gado mugir com fome
Os passarinhos cantando
Com cântico bem diferente
Como que estava sentindo
Dó  da terra sem semente

Fiquei o tempo escutando
A euforia dos pássaros
Pulando do chão para as árvores
Voando de galho em galhos
Como que estava mandando
Para Jesus um recado

Quando eu vi na quela sena
Ali tudo enchocou
Vi os pássaros cantando
Até o lindo beija-flor
Fazendo um grande barulho
Como se fosse um louvor

Vi o pássaro juriti
A rolinha cascavel
Vi outros pássaros voando
No alto fazendo véu
Como estavam louvando
Para Jesus lá no céu

No louvor eles pediam
Chuva e produção na terra
Pediam pra Deus mandar
Bom inverno com fartura
Água pra matar sede
Que maltrata as criaturas

A seca nos apovora
É triste situação
Ver a própria natureza
Viver nessa escravidão
Só Jesus pode mudar
E trazer nova solução

Só Jesus pode trazer
Mudança e resolução
Pra essa seca terrivel
Que devora a região
Pedimos que mandasse chuva
Pra esse sofrido sertão

Aqui no nosso sertão
Não temos como viver
Falta água nos açudes
Não temos para beber
O sofrimento é secular
O que podemos fazer?

A nossa esperança
Está nas mãos do senhor
Pois sabemos que ele tem
Todo poder pra mudar
Só Jesus pode fazer
A natureza brilhar

Se Jesis não manda chuva
O Nordeste está perdido
A chuva não acontece
O inverno é suspendido
A pastagem ressacada
E o sertanejo perdido

Aqui vou me despedir
Deixando o meu abraço
Contei apenas o que vi
Somente pelo clamor
A seca traz sofrimento
A vida do agricultor

Autora: Luzia Ferreira de Andrade

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